3º Regra de Educação Financeira

  • Imprimir

REGRA: Evite ao máximo a compra parcelada, poupe primeiro para poder comprar à vista, mas se a ansiedade for maior, evite ao menos os parcelamentos muito longos e pesquise as taxas de juros e as demais taxas necessárias no financiamento.

Para grande maioria das pessoas é muito difícil controlar a ansiedade e ter paciência para esperar comprar à vista o bem dos seus sonhos, porém tenha a certeza de que essa é sempre a melhor estratégia, pois como já vimos não existe financiamento nem empréstimo sem juros e o juros é o preço que se paga pela antecipação do consumo.

Adotar essa estratégia se torna mais difícil ainda quando falamos de bens ditos de primeira necessidade como um automóvel, por exemplo, ou quando falamos da tão sonhada casa própria.

Você deve estar se perguntando como ficar esperando 3, 4 ou 5 anos para ter meu carro se eu não tenho como me locomover hoje e eu preciso de um transporte próprio? Ou ainda, como guardar dinheiro para comprar meu carro se o que eu ganho não é suficiente para isso?

A resposta para primeira pergunta está no grau de paciência e autocontrole de cada um de nós, o que varia muito de individuo para individuo, porém a resposta para a segunda é uma questão de matemática financeira pura, a seguir vamos ver como.

Imagine que você possui R$ 6.000,00 disponível para dar de entrada em um carro que custa R$ 30.0000,00, ou seja você pretende financiar R$ 24.000,00. Para isso você procura uma financeira e está lhe oferece uma taxa de 1,90% a.m para um financiamento de 48 meses. Usando o Sistema Price, você terá uma prestação de R$ 766,61.

Agora vamos imaginar que você opte por esperar e resolve guardar seus R$ 6.000,00 iniciais e acrescentar o valor que você pagaria de prestação todos os meses no tipo mais simples e de menor rentabilidade de uma aplicação: a poupança. Supondo o rendimento médio mensal de 0,6% a.m e considerando uma taxa de inflação mensal de 0,41% a.m, com 33 meses de aplicação você teria guardado R$ 34.257,11 o que descontando o efeito da inflação acumulada no período daria um saldo atualizado de R$ 30.077,79, o suficiente para você adquirir seu automóvel à vista.

Por esse exemplo, você deixaria de pagar 15 prestações de R$ 766,61 o que seria suficiente para você iniciar uma nova poupança.

Lembre-se que esses cálculos foram realizados considerando aplicação na poupança, caso você optasse por um outro tipo de aplicação mais rentável, o tempo de acumulação dos recursos seria menor e mais rapidamente você poderia adquirir o seu automóvel.

Agora, caso o seu desejo de consumir fale mais alto ou ainda não seja possível esperar e a antecipação do consumo seja inevitável, lembre-se de pesquisar e escolher a menor taxa de juros efetiva, conforme vimos na 2º regra, não se deixe levar pela propaganda pois existem muitos custos escondidos por trás de um financiamento que elevam a taxa de juros e a tornam diferente da anunciada pelas financeiras.

No próximo artigo partiremos para a 4º REGRA: Tenha o controle de suas despesas fixas e conheça a sua renda líquida para poder conhecer a sua capacidade real de consumo e assim não entrar em déficit (Receita < Despesas).

Até breve!!!!!!!!!!

Zilda Santos é mestre em Economia, com graduação em Ciências Econômicas e Licenciada em Matemática. Como Professora da UFOPA atua no Instituto de Ciências da Sociedade e trabalha na equipe técnica do Projeto Economia - LAPMAT.